ABRIL AZUL SJB

Jornalismo

Por Exclusivo RJ em 18/01/2023 às 20:33:08

"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade".

Atribuída ao jornalista, ensaísta e escritor britânico George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nascido em 1903, na Índia Britânica, autor de obras como "A revolução dos bichos" e "1984" (que deu origem ao reality show "Big Brother"), a frase que abre a coluna explica o papel dos profissionais de Imprensa e dos veículos de comunicação. Embora creditada a Orwell, pesquisadores afirmam que a autoria é na verdade do magnata das comunicações William Randolph Hearst, que inspirou o personagem Charles Foster Kane, do filme "Cidadão Kane", de Orson Wells. Hearst, nascido em São Francisco, na Califórnia, em 1863, chegou a possuir mais de 30 jornais, além de revistas, formando um dos maiores conglomerados de comunicação já existentes nos EUA. Apesar das tentativas frustradas de eleger-se prefeito de Nova Iorque, governador e vice-presidente da República, Hearst foi muito influente na política americana.

Uma das mais conhecidas e antigas frases que definem o jornalismo pode não ser uma verdade absoluta para alguns, mas é um dos conceitos que norteiam o trabalho da Imprensa. Curioso ser de autoria de quem fez do jornalismo uma prática voltada a atender seus próprios interesses, porém, afora esse aspecto negativo, ela implicitamente mostra como veículos e profissionais estão expostos. Não é de hoje, e não somente no Brasil, jornalistas e demais profissionais de Comunicação são perseguidos, e invariavelmente acusados de parcialidade. Por certo, muitas vezes são mesmo. Se em todas as profissões existem bons e maus profissionais, não seria no campo da comunicação que haveria de ser diferente.

Nos últimos anos, a violência contra os profissionais de comunicação cresceu de maneira exponencial. Segundo a Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, só em 2022 houve um aumento de 69,2 % dos casos de violência contra profissionais em serviço. Nos sete primeiros meses do ano passado, foram 66 casos de agressões graves, envolvendo violência física, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos. Já a Aberti – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV, registrou 145 casos de violência não letal contra profissionais, em 2021, o que representa 2,7 casos por semana. Apesar da violência, 2021 foi o segundo ano em que não foram registrados assassinatos contra profissionais da Imprensa, relacionados à atividade profissional. Desde que o estudo começou a ser feito, em 2012, o primeiro ano sem a ocorrência de assassinatos foi em 2019. Enquanto isso, a Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura afirma que ocorreram 55 assassinatos de profissionais da Imprensa, em todo o Mundo, em 2021.

Segundo o Portal G1, o documento elaborado pela Abert mostrou que o número de profissionais da imprensa e veículos de comunicação alvos dos registros de violência não letal cresceu 21,69% em relação a 2020 — foram 230 em 2021 e 189 no ano anterior. Em relação ao número total de casos registrados, houve uma queda — foram 145 em 2021 e 150 no ano anterior. Veja o detalhamento abaixo:

Políticos e integrantes de grupos radicais são apontados com maior frequência como os responsáveis por criar "discurso estigmatizante" com o objetivo de descredibilizar o trabalho de profissionais de Imprensa. Entretanto, de acordo com o relatório da Abraji referente aos casos registrados em 2022, até mesmo outros jornalistas – e veículos de comunicação foram responsáveis, por ataques a profissionais de Imprensa. Um dos casos foi contra o jornalista Ruben Berta, do Portal UOL, que desde o ano passado apura e publica reportagens que levantam suspeitas quanto ao uso de organismos estaduais em benefício da campanha do governador Cláudio Castro (PL).
Só nos sete primeiros meses do ano passado a Abraji registrou 204 casos dessa natureza, 66 casos mais graves, oito restrições de acesso à informação, oito restrições na internet, seis processos civis e penais, dois registros por uso abusivo do poder estatal e o caso considerado um dos mais graves, os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, mortos no Vale do Javari. O jornalista Givanildo Oliveira, do Portal Pirambu News, foi outra vítima de assassinato, horas depois de publicar uma reportagem sobre a prisão de um suspeito de homicídio em Fortaleza. Também foram registrados casos de agressão, como o atentado a uma equipe da GloboNews.
A Abraji revelou também que em 2022, assim como em 2021, os membros da família do ex-presidente Jair Bolsonaro foram os maiores responsáveis por casos de violência contra a Imprensa, envolvidos em 157 episódios (53,9%): 60 tiveram a participação do presidente; 51 envolveram o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP); 32 estão ligados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ); e 20 se conectam com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Fonte: Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.



RESPOSTA

O Ministério da Justiça anunciou nesta terça-feira, a criação do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, com o objetivo de monitorar os ataques promovidos contra a categoria. Na segunda-feira, 16, o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o secretário-geral do Ministério, Ricardo Capelli, receberam a presidente da Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas, Samira de Castro, a presidente da Abraji, Katia Brembatti, e os diretores do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Silvio Luiz Vasconcellos de Queiroz e Cristiane Silva Sampaio, no Palácio da Justiça, em Brasília, para tratar sobre os casos de violência contra os profissionais de Imprensa. Em seu perfil no Twitter, a Fenaj publicou que essa é uma das medidas necessárias para conter a escalada da violência. Também estão registrados no mesmo perfil os diversos ataques registrados desde o fim do segundo turno das eleições presidenciais, todos perpetrados por extremistas de direita, simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.



BERLINDA

O governo do Estado do Rio tem até esta quinta-feira, 19, para se pronunciar na ação proposta pelo Ministério Público Estadual, que pede o afastamento do ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), da Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana. Tomando por base o art. 77, inciso 29, da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estado considera que Reis não cumpre os requisitos legais para ocupar cargo público. Impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer como candidato a vice-governador do Estado na chapa de Cláudio Castro (PL), Reis foi condenado por crime ambiental. Agora ele enfrenta o mesmo entrave para seguir ocupando a secretaria, já que o artigo da constituição estadual é bem claro, vedando a nomeação de pessoas que se enquadram nas condições de inelegibilidade previstas na legislação federal.



NOS STATES

Bem longe dos problemas de governança do Rio, o governador Cláudio Castro visitou em Nova Iorque, um dos mais importantes eventos da rede de varejo dos Estados Unidos, a Retail"s Big Show, organizada pela NFR – National Retail Federation, a federação do varejo americano, que engloba as maiores redes de varejo, lojas de departamentos, cadeias de restaurantes, empresas de marketing e de tecnologia, compreendendo mais de 3,8 milhões de estabelecimentos em todo o País. Um dos objetivos, além de atrair investimentos para o Estado e trazer uma edição especial do evento para o Rio, já em 2024. A feira reúne mais de 800 expositores de 90 países. Na comitiva do governador estão o vice-governador e secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Tiago Pampolha (União) e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, Vinícius Farah (União).



DEDOS CRUZADOS

Quem está torcendo – e trabalhando incansavelmente pela eleição de Rodrigo Bacellar (PL) à presidência da Alerj é o deputado estadual de Macaé, Chico Machado (Solidariedade), que assumiu esta semana a presidência da Casa. Chico Machado é o segundo macaense a presidir a Alerj, função já exercida pelo advogado Claudio Moacyr. O trabalho intenso de Chico Machado para eleger Bacellar tem justificativa: o deputado virou pule de dez para ocupar a Secretaria de Estado de Governo, por causa de suas relações com o governador Cláudio Castro e com o próprio Bacellar, que fez dele o líder do governo na Alerj.


EM BRASÍLIA

Não é apenas no primeiro escalão do governo Lula que o Estado do Rio está prestigiado. A vacância na presidência da Alerj, por exemplo, se dá pela nomeação do deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), para a Secretaria de Assuntos Federativos do Ministério de Relações Institucionais. Numa sala bem situada no Planalto, pertinho de Lula, Ceciliano é responsável, junto com o ministro Alexandre Padilha, pelo relacionamento com governadores e prefeitos.
Outro do RJ que desponta no segundo escalão do governo federal é o secretário-geral do Ministério da Justiça, e interventor da Segurança Pública de Brasília, após os atos terroristas de 8 de janeiro, Ricardo Capelli. Jornalista, pós-graduado em Administração Pública pela FGV, ex-presidente da UNE – União Nacional dos Estudantes, ex-secretário de Comunicação do Maranhão, Capelli foi secretário nacional de Esporte Educacional e de Incentivo ao Esporte, do Ministério dos Esportes, nos governo Lula e Dilma, entre 2003 e 2006.
Pra fechar a lista, o também jornalista Saulo Moura da Cunha, de Petrópolis, foi nomeado diretor-adjunto da Abin – Agência Brasileira de Inteligência, até que o novo diretor-geral seja sabatinado pelo Congresso Nacional. Servidor de carreira desde 1999, Saulo Moura exerceu diversas funções na Agência, entre as quais adido de Inteligência no Japão, diretor do Departamento de Contraterrorismo e diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN).
O oficial de Inteligência foi ainda designado para coordenar as ações de Inteligência dos Grandes Eventos no Brasil, como Jogos Olímpicos Rio 2016 e Copa do Mundo Fifa 2014. Antes de ser nomeado para integrar o Grupo Técnico de Inteligência Estratégica da equipe de transição do novo governo, em 1º de dezembro de 2022, ele exercia o cargo de coordenador-geral de Relações Institucionais e Comunicação Social da ABIN.


NÃO HÁ VAGAS

Motoristas de Campos dos Goytacazes estão enfezados com o Detran, responsável pelo agendamento para renovação da Carteira Nacional de Habilitação. Isso porque o órgão não está disponibilizando vagas para o atendimento em nenhum dos três postos existentes no município. Com isso os motoristas estão tendo que fazer o agendamento para apresentação da documentação nas cidades mais próximas, dificultando a renovação.
Na segunda-feira o Detran informou a liberação de atendimento sem agendamento prévio para os serviços de emissão da CNH (primeira e segunda vias), identificação civil e serviços de veículos, em 68 postos, em todo o Estado do Rio. Em Campos, apenas o posto de vistoria Campos 2, na Av. Nilo Peçanha poderá atender sem agendamento prévio, para diversos serviços de veículos, como transferência de propriedade, troca de município, transferência de jurisdição, 2ª via de CRV, primeira licença, mudança para placas Mercosul, baixa e inclusão de alienação, mudança de cor, blindagem, inclusão de GNV, dentre outros. Já os serviços relacionados com habilitação e identificação civil, precisarão ser agendados. A pergunta é, quando? Veja mais informações clicando aqui.

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