ABRIL AZUL SJB

O Cerimonial do governador

Por Exclusivo RJ em 29/12/2022 às 07:28:45

Fotos: Divulgação

O Cerimonial do governador Claudio Castro (PL) solicitou rigor ao Cerimonial da Alerj, quanto ao horário da posse do governador e do vice, Tiago Pampolha, no próximo dia 1º. Tudo porque Castro deseja participar da posse do presidente Lula, mesmo sendo um aliado de primeira hora do futuro ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL). Tanto quanto ao governador que será reempossado, o horário rigoroso atende também aos interesses do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), que pretende viajar para Brasília tão logo se encerre a cerimônia no Rio, que deverá ser simples, rápida e objetiva, já que os deputados estaduais, diplomados no último dia 16 só tomarão posse no dia 2 de fevereiro. Dos quatro governadores do Sudeste, apenas Cláudio Castro comparecerá. Renato Casagrande (PSB), será empossado no mesmo horário; Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que não iria porque na campanha foi aliado de Bolsonaro e Romeu Zema, de Minas, que será empossado na parte da manhã, e que também apoiou o presidente, inventou uma desculpa para não comparecer. Ele também não foi à posse de Bolsonaro.

EVENTOS

De acordo com o cronograma, os ritos da posse de Lula se iniciam às 13h30min, porém, o primeiro compromisso formal do presidente e do vice, Geraldo Alckmim (PSB), será às14h20min, na Catedral Metropolitana. De lá, eles seguem para o Congresso Nacional, com chegada prevista para às 14h40min, sendo recebido pelos presidentes do Congresso e da Câmara Federal. Na sequência, às 15h, será aberta a sessão solene de posse, com abertura no Salão Nobre. A solenidade tem duração prevista de uma hora, com a execução do Hino Nacional; compromisso constitucional; leitura e assinatura do Termo de Posse do presidente e do vice-presidente da República; pronunciamento do presidente da República; pronunciamento do presidente do Congresso Nacional. Entre às 15h50min e 16h20min, estão previstos ainda: deslocamento do presidente e do vice-presidente da República para a Sala de Audiências da Presidência do Senado; saída do presidente e do vice-presidente da República da Sala de Audiências da Presidência do Senado em direção à área externa do Palácio; cerimônia externa de honras militares e logo a seguir, saída do presidente e do vice-presidente da República para o Palácio do Planalto.

SEM CONFIRMAÇÃO I

Ainda não se sabe se Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula nas últimas eleições transmitirá a faixa presidencial ao sucessor. Se isso acontecer, Bolsonaro será o primeiro presidente eleito pelo voto popular, desde o fim da ditadura, a não transmitir a faixa presidencial ao sucessor. Vale lembra que Fernando Collor de Mello e Dilma Roussef, eleitos pelo voto popular, não passaram a faixa aos respectivos sucessores porque sofreram processos de impeachment. Tanto Itamar Franco, como Michel Temer, que substituíram Collor e Dilma, respectivamente, cumpriram o rito. A expectativa é que como não há uma obrigatoriedade constitucional, Bolsonaro se negue a seguir o rito democrático.

SEM CONFIRMAÇÃO II

Nem o Cerimonial, muito menos a segurança institucional confirmam se Lula e Alckmin cumprirão o trajeto, ou ao menos parte dele, em carro aberto. Embora o Distrito Federal esteja sob esquema reforçado de segurança, os eventos recentes deixam margem de dúvida se o Rolls Royce presidencial será usado na terceira posse de Lula. Acredita-se que sim, porém, há quem não aposte, já que é bem possível o uso de um veículo blindado, pelo presidente e pelo vice. Também há uma polêmica, por conta da esposa de Lula, Janja. Segundo ela, o Rolls Royce foi danificado durante a gestão de Bolsonaro. O carro é um modelo Silver Wraith, fabricado em 1952, na Inglaterra, transportado para o Brasil, de navio, em 1953.


COMEMORAÇÃO

São esperadas pelo menos 300 mil pessoas na posse de Lula. O esquema de segurança reforçada preocupa-se tanto com a posse, como com os shows que acontecerão nos palcos Gal Costa e Elza Soares, montados para o Festival do Futuro, que acontecerá na Esplanada dos Ministérios. Os shows começarão às 10h, com pausa até o encerramento da cerimônia protocolar. Mais de 60 artistas estavam confirmados, até o encerramento da coluna. Segundo os organizadores, o evento será transmitido pela internet, porém os canais ainda não foram informados.


TIRANDO O ATRASO

Há muito tempo o tão sofrido Estado do Rio não era tão prestigiado como vem parecendo, no futuro governo Lula. Nada mais, nada menos do que seis dos principais nomes do futuro gabinete são do Rio: Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial; Carlos Lupi, Ministro da Previdência; Daniela de Waguinho, Turismo; Nísia Trindade, atual presidente da Friocruz, que será a ministra da Saúde, o diplomata Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores e a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, professora da UFRJ. Isso fora diversos cargos importantes, do primeiro e segundo escalões dos ministérios e outras pessoas com fortes ligações com o Estado ou com a cidade do Rio. Neste dia 29, Lula confirmou todos os futuros ministros e anunciou que a presidência do BB e da CEF serão ocupadas por mulheres.

Veja a lista completa:

Casa Civil: Rui Costa; Controladoria-Geral da União: Vinícius Carvalho; Ciência e Tecnologia: Luciana Santos; Cultura: Margareth Menezes; Ministério da Defesa: José Múcio; Ministério da Educação: Camilo Santana; Fazenda: Fernando Haddad; Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos: Esther Dweck; Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco; Justiça: Flávio Dino; Ministério da Mulher: Cida Gonçalves; Ministério da Saúde: Nísia Trindade; Ministério das Relações Exteriores: Mauro Vieira; Desenvolvimento, Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin; Desenvolvimento Social: Wellington Dias; Trabalho: Luiz Marinho; Ministério dos Direitos Humanos: Silvio Almeida; Ministério dos Portos e Aeroportos: Marcio França; Secretaria das Relações Institucionais: Alexandre Padilha; Secretaria Geral da Presidência: Marcio Macedo; Ministério do Planejamento: Simone Tebet; Meio Ambiente: Marina Silva; Transportes: Renan Filho; Cidades: Jáder Filho; Ministério da Previdência: Carlos Lupi; Agricultura: Carlos Fávaro; Minas e Energia: Alexandre Silveira; Pesca e Aquicultura: André de Paula; Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira; Turismo: Daniela do Waguinho; Comunicações: Juscelino Filho; Comunicação Social: Paulo Pimenta; Esporte: Ana Moser; Povos Indígenas: Sonia Guajajara; Gabinete de Segurança Institucional (GSI): Gonçalves Dias; Integração Nacional: Waldez Goés; Líderes no Congresso Nacional Lula também anunciou os líderes do governo na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Congresso Nacional: líder do governo na Câmara: José Guimarães (PT-CE); líder do governo no Senado: Jaques Wagner (PT-BA); líder do governo no Congresso: Randolfe Rodrigues (REDE-AP).

OPOSTOS

A diferença entre um governo que se preocupa com questões fundamentais do País e com os seres humanos que o habitam, para um que passa por cima das necessidades das pessoas e ri dos mortos em uma pandemia, foi demonstrada essa semana por um gesto singelo dos futuros ministros da Justiça, Flávio Dino e dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. Durante o programa The Voice Brasil, o cantor e compositor Lulu Santos sugeriu que o futuro governo criasse um órgão que pudesse combater a violência contra a LGBTfobia. Imediatamente Flávio Dino respondeu pelas redes sociais que conversaria com Silvio Almeida, que na sequência informou a existência de uma secretaria especial no organograma do Ministério. Ambos demonstraram disposição em atuar no combate à violência praticada contra aqueles inseridos no contexto LGBTI+, inclusive ouvindo as entidades que defendem os direitos e garantias individuais e coletivos dessa parcela da população.


BOMBEIRO

O presidente do PL no Estado do Rio, Altineu Côrtez, tentou dar uma de bombeiro durante a diplomação dos eleitos (deputados estaduais e federais, governador e vice, e senador), no Theatro Municipal, no Rio, no último dia 16. Tem sido ele um dos principais apaziguadores dos ânimos entre o União Brasil e o seu partido, a fim de pavimentar a eleição do deputado Rodrigo Bacellar à presidência da Alerj. Com pavio curto, o deputado chegou a engrossar o caldo com deputados do União Brasil, que defendem a manutenção do que foi combinado antes da eleição: que Márcio Canella, do União, deputado mais votado no Estado, fosse o candidato à presidência do grupo de sustentação ao governador Cláudio Castro (PL), na primeira metade da Legislatura. Bacellar seria o sucessor.

INVERSÃO DE ORDEM

O que acontece é que com a série de denúncias feitas pelo Ministério Público e Ministério Público Eleitoral, contra o governador e 11 deputados, dentre eles o próprio Bacellar, acusados de uso político de órgãos estaduais em favor de suas candidaturas, a batata de Castro parece estar assando. Temem os aliados do governador que Márcio Canella não seja capaz de segurar o rojão, se houver um pedido de afastamento do governador. Caberá à Assembleia, assim como no caso de Wilson Witzel, afastado pela Justiça e cassado pelo Legislativo, analisar um possível impeachment do governador e a cassação dos deputados estaduais envolvidos.


COTADO

Nessa briga pela eleição do presidente da Alerj, quem está rindo até de gol contra é o recém eleito Thiago Rangel (Podemos), que passou a ser cotado para a Secretaria de Estado de Trabalho e Renda do governo estadual. Com isso o deputado estadual Wellington José (que será suplente na próxima legislatura), aliado de Bacellar à presidência da Mesa, assume novamente o mandato.
NÃO AJUDA

O todo e agora ainda mais poderoso líder do União Brasil no Estado, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (que emplacou a mulher no ministério de Lula), parece não estar nem aí para os reclamos de Canella, em relação ao apoio do partido à sua candidatura à Alerj, embora vários deputados do partido o defendam. No início do segundo turno da eleição presidencial, os dois tiveram um desentendimento sobre o apoio do União, no Estado do Rio, aos candidatos à presidência da República. Waguinho apoiou abertamente o candidato do PT, Lula, enquanto Canella foi pra rua pedir votos para Bolsonaro. Parece que os dois, antes aliados fiéis (Canella foi eleito e reeleito com o apoio incondicional do prefeito de Belford Roxo), agora não se bicam. Ao que tudo indica, Waguinho não está muito interessado em dar mais "asa" ao deputado Canella.

COMPROMISSO

Sobre o apoio ao candidato do PT, Lula, no segundo turno, Waguinho teria confidenciado a pessoas mais próximas, um descontentamento com o tratamento dispensado a ele pelos filhos do presidente Bolsonaro. O prefeito de Belford Roxo esperava que sua mulher, a deputada federal Daniela de Waguinho, tivesse um "tratamento diferenciado" e melhor trânsito, em Brasília, no curso do mandato de Bolsonaro, o que não aconteceu. Com isso, o presidente do União Brasil no Estado do Rio, que já tinha uma conversa adiantada com o PT, desde muito tempo, abraçou a campanha de Lula na Baixada e pavimentou o caminho da mulher para o Ministério de Lula. A partir do dia 1º, Daniela de Waguinho será ministra do Turismo. Ó que luxo!!!


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