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Empresas se organizam para implantar parque eólico offshore no Norte Fluminense

Por Exclusivo RJ em 31/03/2024 às 10:00:58

Expectativa é que até o início de 2025 comecem os leilões de área e implantação das eólicas offshore, e o Porto do Açu indicou uma área de 5 km² a 12 km da costa para a implantação do projeto piloto

Bons ventos refrescam o panorama energético brasileiro que vem do mar, como mostra reportagem especial da Carta da Indústria da Firjan. Lançado em meados de 2023, o Projeto-Piloto Eólica Offshore, liderado pela Secretaria de Energia e Economia do Mar do governo do estado do Rio, tem como objetivo criar um ambiente facilitador para desenvolvimento de projetos e contribuir para viabilizar a implantação de eólicas offshore na região Norte do estado. A expectativa é que até o início de 2025 comecem os leilões de área e implantação das eólicas offshore, e o Porto do Açu indicou uma área de 5 km² a 12 km da costa para a implantação do projeto piloto.

A iniciativa do Governo do Estado já atraiu mais de 60 empresas e instituições de diferentes segmentos, como óleo e gás, logística portuária e energia, com interesse em participar desse novo mercado no Rio, que apresenta potencial de geração de 24 GW, sem considerar áreas em licenciamento que hoje estão sobrepostas, e mais de 500 mil postos de trabalho ao longo da implementação desses projetos. Em paralelo, está em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 11.247/18, que trata da regulamentação da instalação de parques marítimos, com torres de 120 metros de altura, que captarão a energia cinética das correntes de ar para transformá-las em energia elétrica limpa e renovável.

Toda essa movimentação é acompanhada de perto pela Firjan, que participa das ações em torno do desenvolvimento desse novo mercado no estado do Rio – que concentra suas oportunidades na região Norte Fluminense, auxiliando conectar interessados em investir no avanço de energia limpa e na descarbonização das empresas de petróleo e gás. A concretização dos investimentos impulsionará crescimento econômico local, com a chegada de novas indústrias e abertura de postos de trabalho, o que demandará capacitações para as quais a federação está atenta, de modo que as riquezas geradas permaneçam na região, salienta Francisco Roberto de Siqueira, presidente da Firjan Norte Fluminense.

"A expectativa é que outras indústrias sejam atraídas, tanto na produção de equipamentos para esse fim quanto no desenvolvimento de outros mercados, como o de hidrogênio. A previsão de investimentos em eólica se soma a uma gama de projetos de energia renovável, também localizados na região Norte Fluminense, preparando o estado do Rio e o Brasil para a transição energética a partir da integração de diversas soluções. E isso numa realidade em que já temos um ecossistema de óleo e gás consolidado na região, como em poucos lugares no país", ressalta Siqueira.

Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação, conta que, no âmbito do projeto-piloto, a Firjan está envolvida em subgrupos de regulação, licenciamento, financiamento e capacitação do projeto, visando alcançar o melhor resultado para o desenvolvimento da indústria fluminense. "Damos apoio a aspectos fundamentais para o aumento dos negócios, estabelecendo relações estreitas com todos os stakeholders envolvidos, que representam desde associações empresariais, órgãos do poder público e governos de países até grandes empresas dos mercados de petróleo, gás, naval e eletricidade", conta.

Karine lembra que o estado já tem mão de obra altamente qualificada na cadeia produtiva de energia e naval, o que o torna atraente para investimentos nesse campo. A necessidade de empresas, incluindo as de serviços, logística e para atender ao aumento de circulação local, pode gerar mais de 500 mil postos de trabalho ao longo da implementação e operação dos projetos, de acordo com cálculos da federação, a partir de dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Esse panorama exigirá soluções de capacitação e desenvolvimento profissional para atendimento a esse mercado.

Açu em destaque

Uma vez sancionada a legislação federal, a expectativa é que até o fim deste ano ou no início de 2025 comecem os leilões de área e implantação das eólicas offshore, prevê Mauro Andrade, diretor-executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo Logística, responsável pela operação do Porto do Açu. A pedido do governo estadual, o Porto do Açu indicou uma área de 5 km2, a 12 km da costa brasileira, para a implantação do projeto piloto eólico, em águas de até 25 metros de profundidade.

"Como estrutura portuária, apontamos um polígono no mar que não fosse muito distante da costa, que pudesse abrigar o projeto-piloto, sem atrapalhar os canais de navegação, e que estaria apto a receber o projeto do ponto de vista ambiental. Mas a palavra final será do Instituto Estadual de Ambiente (Inea). É um local relativamente raso, a 25 metros da lâmina d´água, o que facilita a instalação", explica Andrade.

Beneficiado pela proximidade do futuro parque, o Porto do Açu deverá concentrar a logística das operações. "Temos uma grande vantagem competitiva, porque o porto abriga duas termoelétricas de gás natural, com linhas de transmissão de energia, uma de 345 megawatt (MW), a outra com 500 MW. Já está pronta a estrutura para levar energia até a subestação na costa. Atualmente, há uma capacidade ociosa de aproximadamente 1 Gigawatt, que podemos receber dos parques eólicos e fazer fluir sem maiores intervenções, atualizações ou adaptações do sistema", acrescenta Andrade.

Fonte: Redação

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