ABRIL AZUL SJB

Comitê de Política Monetária bateu

Por Exclusivo RJ em 23/03/2023 às 07:59:52

O Copom – Comitê de Política Monetária bateu o pé e insistiu em manter a taxa básica de juros – Selic, em 13,75%, na reunião desta quarta-feira, 22. Isso na mesma semana em que montadoras de automóveis instaladas no Brasil – GM, Volks, Hyundai, Stellantis (grupo que controla a Fiat, Peugeot, Citroen, e Jeep, dentre outras) e Mercedes-Benz, anunciaram férias coletivas. Na semana também foi apresentado o resultado do 4º trimestre de 2022, que mesmo com taxas de juros altíssimas, teve recuo de 0,2% no PIB, e quando foi demonstrado que no ano passado, o desemprego voltou a crescer.

Outro dado importante na semana é o demonstrativo do endividamento das famílias, maior em 2022, se comparado com 2021, que por sua vez, superou 2020. Segundo as montadoras, as férias coletivas são motivadas por estagnação nas vendas de veículos zero quilômetro, influenciada pelas altas taxas. O mercado de veículos usados também está desaquecido, pelo mesmo motivo. Enquanto isso, os maiores bancos do País anunciaram a suspensão dos empréstimos consignados – empréstimos com desconto na folha de pagamento, concedidos especialmente para servidores públicos. A alegação é que as taxas, consideradas baixas para este tipo de operação, causam prejuízo.

Na contramão dos especuladores e dos bancos, que trabalham por taxas de juros altas, a CNI – Confederação Nacional da Indústria, que reúne parte do setor produtivo do País (grande indústria, em geral), criticou a decisão do Copom. Segundo a entidade, em matéria publicada no portal MoneyTimes, "a taxa básica de juros no patamar atual foi um dos fatores determinantes para a desaceleração da atividade econômica no final de 2022 (...). E seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento (...) em 2023 (...)". A CNI afirma também que "o cenário atual indica que o Copom já deveria ter reduzido a Selic nesta reunião".

Em nota, a CNI destacou as dificuldades enfrentadas pelos bancos, nos EUA e Europa, e sem citar nomes ou casos específicos, lembrou que estes eventos e os recentes no Brasil (referência às Americanas), também são responsáveis por "levar ao aumento de provisões por parte dos bancos, o que reduz a oferta e tende a encarecer e dificultar o crédito".

O que representa, na prática, as taxas de juros mais altas:

  • Redução no consumo;
  • Risco de aumento de preços por baixo consumo;
  • Aumento da dívida pública;
  • Menor capacidade do governo para investir em setores prioritários, como obras (que geram empregos), saúde, educação, assistência social, e outros;
  • Redução da capacidade de contratação de crédito por pessoas e empresas;
  • Maior endividamento das famílias;
  • Fuga do capital (dinheiro), da produção para a especulação;



Bolsonaro pré-candidato

Ao participar da inauguração do diretório municipal do PL em Niterói, na sexta-feira, 17, o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto confirmou a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Prefeitura do Rio. Com isso, Valdemar reforça a ala que defende o lançamento de uma chapa "puro sangue" na disputa contra Eduardo Paes (PSD), que busca o apoio do presidente Lula, do PT e de partidos alinhados com o pensamento progressista. Assim como o prefeito do Rio, o PL também busca apoios. Estão na mira os partidos que compuseram a base de apoio do governo Jair Bolsonaro.

Altineu fortalecido

Valdemar veio ao Rio de Janeiro com objetivos que vão muito além da inauguração do PL de Niterói: dar força ao clã Bolsonaro e com isso buscar sustentação para o seu partido e para si mesmo, rechaçar um possível afastamento em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçar sua aliança com Altineu Cortes (pré-candidato à Prefeitura de Niterói) e colocar panos quentes na crise do PL fluminense. Horas antes da inauguração, ele se reuniu com o governador Cláudio Castro e alinhou que haverá mais espaço no PL do RJ para o grupo de Castro, dentre eles o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar.

Mesmo ampliando a participação do grupo de Castro Dentro do PL, com o apoio a Flávio Bolsonaro, Valdemar, de quebra, reforça o grupo do deputado federal Altineu Cortes, um dos seus aliados de primeira hora, na disputa de poder com Castro. Os dois (Castro e Cortes), vêm se bicando desde a campanha eleitoral passada. Além disso, o grupo mais chegado a Flávio Bolsonaro, dentre eles o próprio Altineu, torceu o nariz para a aproximação, ainda que institucional, de Castro com o presidente Lula.

O racha no PL do Rio ficou mais evidente uma semana antes da posse dos deputados e da eleição do presidente da Alerj – Assembleia Legislativa do Estado do Rio. Com a discórdia instalada, foram entregues duas secretarias (Agricultura e Ciência e Tecnologia), que eram ocupadas por deputados do partido (Jair Bittendourt e Dr. Serginho, respectivamente). O grupo de Altineu, por sua vez, lançou uma segunda candidatura à presidência da Casa (a de Jair Bittencourt), enquanto a professora Roberta Reis, que tinha sido indicada por Cortes para a Educação, foi substituída pela ex-secretária de Educação de Duque de Caxias, Roberta Barreto, indicada pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL), atual desafeto de Altineu.

Prefeitura, não

Escolhido pessoalmente por Cláudio Castro para ser o seu candidato à Prefeitura do Rio, o médico, deputado federal e atual secretário de Estado de Saúde, Dr. Luizinho (PP), declinou, antes mesmo do "acordão" entre Castro e Valdemar da Costa Neto. Pessoas próximas confirmaram o desejo do governador em colocar Luizinho como cabeça de chapa, com um vice do PL, de olho tanto nas eleições de 2024, assim como nas de 2026, quando o governador pretende concorrer ao Senado. Apesar disso, o médico deixou claro que não deseja se "aventurar" em uma eleição "mais do que duvidosa".

Entretanto, uma candidatura a governador, já em 2026, não está fora dos planos. Em seu segundo mandato como deputado federal, Dr. Luizinho tem forte presença na Baixada Fluminense, onde foi secretário de Saúde em Nova Iguaçu. Na Câmara Federal foi presidente da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19. Em 2018, obteve 103 mil votos, em 2022, foram mais de 190 mil.

Sob a mira

Consta que o Ministério Público Estadual, a Câmara Municipal e o Tribunal de Contas do Estado estão de olho nos passos e atos do prefeito José Emmanoel Rodrigues Artemenko, do pequeno município de Engenheiro Paulo de Frontin, que possui cerca de 14 mil habitantes, e fica localizado no Sul do Estado do Rio.

O caso é mais um, que foi parar nas manchetes. O RJTV, da Rede Globo, mostrou que mesmo após as chuvas do início do ano e a decretação de "situação de emergência", em razão dos prejuízos em praticamente toda a Cidade, a Prefeitura gastou cerca de R$ 1 milhão, sem licitação, na festa de Momo, inclusive com a contratação de shows como o do cantor Diogo Nogueira.

Essa não é a única situação sob suspeita. Segundo informações recebidas pela coluna, a Prefeitura firmou outros contratos, cuja Câmara Municipal deseja explicações. Estes dizem respeito à aquisição de material de construção no valor de R$ 937 mil, com base no Processo de Adesão Externa nº 03/2023, além do Termo Aditivo nº 021/2022, oriundo do processo administrativo 797/2022, visando acréscimo de 23,56% ao valor global de R$ 9,3 milhões, para serviços de saúde. De acordo com a legislação, os aditivos podem ser de até 25% sobre o valor original do contrato, entretanto, existem suspeitas em relação aos serviços prestados pela contratada.

A Prefeitura de Paulo de Frontin já foi alvo de outras investigações e operações, que envolvem, inclusive, uma empresa de Campos dos Goytacazes, decorrente de um processo que corre em Segredo de Justiça.

Para explicar os contratos, tentamos contato com a Prefeitura por telefone, mas não obtivemos resposta. O espaço está aberto para o contraditório.



"Cavalo não é arma"

Deputado federal eleito pelo PP, em 2022, com mais de 73 mil votos, o ex-secretário de Estado de Agricultura, Marcelo Queiroz deu entrada na Câmara Federal com o projeto de lei nº 08/2023, que visa abolir o uso de equinos em operações policiais. Conhecido por defender a causa animal, o deputado argumenta que os cavalos são animais sensíveis em sua audição e visão, e que ao serem utilizados em operações policiais ficam expostos a um alto grau de estresse, desrespeitando algumas das sete liberdades do bem-estar animal. Queiroz exemplifica os riscos a que estão submetidos os animais, com um fato ocorrido no dia 8 de janeiro, durante os ataques antidemocráticos aos prédios dos três poderes, em Brasília, quando um policial montado em um cavalo foi atacado, e ambos saíram feridos. O deputado lembra, também, que com o avanço tecnológico, as forças policiais têm à sua disposição equipamentos e veículos mais adequados ao enfrentamento das diversas situações relacionadas à segurança pública.



De volta pra casa

Quem mudou de "endereço" foi o deputado Max Lemos. Na verdade, voltou, e nesse caso para o PDT, o primeiro partido do qual fez parte, logo aos 18 anos "assim que tirei meu título de eleitor", afirma. Eleito pelo Pros, partido que foi incorporado pelo Sustentabilidade (por não ter alcançado a cláusula de barreira), o ex-prefeito de Queimados e ex-secretário de Estado de Obras e Infraestrutura assina a ficha de filiação em evento nesta quinta-feira, 23, às 18h, na sede da ABI – Associação Brasileira de Imprensa, no Centro do Rio, o mesmo local onde o PDT de Brizola realizou dezenas de reuniões.

Max iniciou sua trajetória política ao lado do pai, Iran Rodrigues Lemos, em meados dos anos 1980, quando Leonel Brizola comandava a sigla: "lembro até hoje, quando eu e meu pai fomos esperar o Brizola no aeroporto", conta, referindo-se a quando Brizola voltou do exílio para se candidatar pela primeira vez a governador do Rio.

- Retorno ao partido mais experiente e com muito serviço prestado. Nosso objetivo é continuar ajudando o Estado do Rio de Janeiro e os municípios fluminenses e também resgatar as tradições do partido: o brizolismo, o trabalhismo, a luta pela educação e pela defesa da democracia. "O bom filho à casa torna!" E eu estou voltando, escreveu ele, nas redes sociais.


Filiações

Uma das missões de Max Lemos será ampliar a presença do PDT no interior do Estado do Rio, sobretudo na capital, Baixada (sua base eleitoral) e Região dos Lagos. Bem votado também na Região Serrana, o deputado foi incumbido pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente da executiva nacional, a expandir as bases do partido. E o trabalho já começou. Max tem recebido prefeitos e vereadores do Estado do Rio em Brasília e se reunido com lideranças, no Rio. Uma delas é a digital influencer e jornalista Ana Estaneck, a Ana do Jornal, que foi candidata a deputada estadual pelo Pros, em 2022, com forte atuação em defesa de diversas causas sociais, de comunidades do Rio e junto a um grupo de mulheres empreendedoras, na Região dos Lagos.


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