Presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira fez um alerta a classe política na última sexta-feira (19). Ele afirmou ser importante os governantes acompanharem o desenvolvimento do Porto do Açu, em São João da Barra. Na avaliação dele, o complexo industrial e logístico oferece aos municípios a possibilidade de diminuir a dependência dos royalties do petróleo.
"É preciso que os governantes acompanhem o desenvolvimento do Porto do Açu, que está apenas no começo. São inúmeros projetos de energia renovável capazes de atrair novas indústrias, diversificar a economia e diminuir a dependência de petróleo" destacou ele.
Porém, o presidente da Firjan NF alertou também sobre a necessidade do poder público investir em infraestrutura. "O poder público deve estar atento às novas reivindicações de melhorias na infraestrutura de acesso", destacou Roberto de Siqueira.
Na semana passada, a Firjan NF divulgou números do boletim Rio Exporta desenvolvido pela instituição empresarial. Segundo os dados, o Norte Fluminense registrou aumento de 51% nas exportações da região – num total de US$ 3,8 bilhões em 2023. O acréscimo está relacionado ao crescimento de 85% nas vendas internacionais de São João da Barra (US$ 3,6 bilhões), município responsável por 97% das exportações de óleos brutos de petróleo da região, produto que compõe a maior parte da pauta exportadora do Norte Fluminense.
Para a Firjan, os dados comprovam a importância do Porto do Açu para a economia da região e do país. No ano passado, o complexo portuário sanjoanense superou o Porto de Santos em número de acessos de navios – 6.377 contra 5.913 –, mantendo-se na segunda posição no país. O resultado foi 20% maior do que em 2022, num recorde de 84,6 milhões de toneladas movimentadas. O T-Mult também diversificou o portfólio, movimentando cargas como briquete, soja, milho e sal.
O Porto do Açu está realizando obras de expansão do cais e a dragagem para implementação de um segundo berço de atracação para o Terminal Muticargas (T-Mult). A conclusão dessa fase da expansão, prevista para o próximo semestre de 2024, permitirá a operação de dois navios de grande porte simultaneamente.
O cais operacional passará de 340 metros para 500 metros. A obra de dragagem, que teve início em fevereiro, garantirá que a totalidade do cais operacional tenha a mesma profundidade de calado que é de 13,1 metros. Com isso, a capacidade de movimentação do terminal, já num primeiro momento, aumentará para 2,7 milhões de toneladas ao ano. "Considerando também a expansão da área de armazenagem, poderemos duplicar essa capacidade de movimentação ao longo dos próximos anos, chegando até 5 milhões de toneladas, que é o que uma operação simultânea de dois navios possibilita", detalha João Braz, diretor Comercial e de Industrialização do Porto do Açu.
Redação