O cenário eleitoral de Rio das Ostras se intensifica com mais uma reviravolta. Pela segunda vez em uma semana, pesquisa apresentada pelo candidato do prefeito Marcelino, Maurício BM foi impugnada por indício de fraude. A ação judicial foi ingressada pelo candidato Misaias Machado, da coligação "Acredita, Dá pra Mudar" e coloca em xeque a veracidade da pesquisa, que se tornou a maior peça de propaganda do candidato do governo.
A pesquisa, ora impugnada, foi realizada pelo Instituto Costa e Mariath, contratada de forma recorrente pelo candidato Maurício BM. A pesquisa, que coloca BM em empate técnico com o principal adversário, tem sido alvo de questionamentos não só pelo histórico controverso do instituto, mas também pelas inúmeras irregularidades detectadas na própria metodologia utilizada.
Indícios de fraude e histórico suspeito
A pesquisa, registrada sob o número RJ-04239/2024, foi alvo de impugnação devido a graves omissões na coleta de dados. Conforme apontado por Misaias Machado em sua ação, a pesquisa falhou em fornecer informações detalhadas sobre as áreas geográficas em que as entrevistas foram realizadas, um requisito legal essencial para garantir a representatividade da amostra. O levantamento foi divulgado ao público no dia 19 de setembro de 2024, com base em entrevistas realizadas em 16 e 17 de setembro, e rapidamente levantou suspeitas pela ausência de transparência na metodologia.
Essa não é a primeira vez que o Instituto Costa e Mariath se vê envolvido em acusações de fraude eleitoral. O instituto, já condenado em outras localidades por manipular resultados, está sendo investigado por realizar pesquisas que não seguem os critérios técnicos exigidos pela legislação eleitoral. Além disso, Ricardo Mariath, responsável pelo instituto, já foi preso por envolvimento em práticas ilícitas, o que aumenta ainda mais as dúvidas sobre a confiabilidade dos dados apresentados.
A insistência de Maurício BM
Apesar do histórico negativo do Instituto Costa e Mariath, o candidato Maurício BM continua a divulgar os resultados dessas pesquisas que, não por coincidência, o colocam em uma posição de empate técnico com o candidato que lidera as intenções de voto. A divergência entre os números apresentados pelo Costa e Mariath e outros institutos renomados, como Paraná Pesquisas, Factum e Ágora, é significativa e reforça as suspeitas de manipulação de dados.
Maurício BM, que conta com o apoio do atual prefeito Marcelino da Farmácia, utiliza esses dados para reforçar sua campanha, mesmo diante das evidências e processos judiciais que colocam em xeque a integridade das pesquisas encomendadas. A estratégia de divulgação de números inconsistentes tem gerado controvérsia e intensificado o debate sobre a confiabilidade das informações que chegam ao eleitorado de Rio das Ostras.
Investigações por disseminação de notícias falsas
Além da controvérsia em torno das pesquisas, o grupo político de BM e Marcelino da Farmácia está sob investigação por suspeitas de operar uma rede de fake news. A investigação apura a existência de uma milícia digital dedicada a espalhar desinformação e influenciar o cenário político local em benefício de Maurício BM. Essas ações, combinadas com a utilização de pesquisas fraudulentas, levantam preocupações sérias sobre a tentativa de manipulação do processo eleitoral.
Ação da Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral, por meio da 184ª Zona Eleitoral de Rio das Ostras, já determinou, em decisões anteriores, a suspensão de pesquisas realizadas pelo Instituto Costa e Mariath devido à ausência de conformidade com os critérios legais exigidos. A impugnação apresentada por Misaias Machado segue essa linha, argumentando que a continuidade da divulgação dessas pesquisas pode comprometer a imparcialidade do processo eleitoral, influenciando de maneira indevida os eleitores.
O pedido de tutela de urgência solicita a suspensão imediata da divulgação da pesquisa e uma multa diária em caso de descumprimento. Segundo a defesa de Misaias, a divulgação de pesquisas com dados viciados, especialmente tão próximo do pleito marcado para 6 de outubro, pode ter consequências irreversíveis no resultado das eleições.